Por mim, por nós e pelas outras
Não a violência contra a Mulher
Passada uma semana do inicio de uma história que tinha tudo para ter um fim trágico e só a polícia não enxergava isso. Todas (os) nós, acompanhamos a angústia e sofrimento passados pela jovem Eloá de 15 anos que foi mantida refém por 5 dias por seu ex-namorado dentro de sua própria casa.
Durante todo esse tempo o caso era considerado como um crime cometido por um jovem rapaz, trabalhador, inofensivo e que só estava atordoado porque havia sido abandonado por sua namorada, esse foi o tratamento dado ao caso durante todo o tempo seja pela polícia, seja pelos canais de televisão. Só agora depois do trágico desfecho, que acabou com a morte desta jovem de 15 anos e com o grave ferimento de sua amiga Nayara, atingida com um tiro no rosto, começam a vir à tona o que pelo que parece os que conduziam a ação faziam questão de ignorar, relatos de uma relação marcada pelos ciúmes e pela possessividade, de agressões físicas sofridas por esta jovem antes e durante todo o seqüestro, que inclusive já estavam relatadas em depoimento a policia, pois por mais que fizesssem questão de ignorar, estávamos diante de mais um caso de violência contra a mulher.
O sentimento que levou este rapaz a cometer este terrível ato, não foi apenas uma desilusão amorosa e sim os enraizados valores disseminados cotidianamente em nossa sociedade onde a mulher é vista como um objeto, que devem estar a disposição dos homens, sobre as quais eles devem manter o poder sobre seu corpo, seus sentimentos, seus atos e quando não mais for possível domina-las, estes que determinam sobre sua vida e morte.
Valores estes que só neste final de semana, permitiram por assim dizer que
Assim, ficamos a assistir ao vivo, o jovem Lidemberg determinar a seu bel prazer sobre a vida e a morte das duas jovens que se encontravam sobre seu domínio, diante da passividade de uma polícia e das autoridades que mais pareciam se preocupar com as repercussões de uma possível ação violenta, do que com a vida e a integridade destas 2 jovens. A gravidade do crime passou a ser menosprezada, ou até mesmo, diminuída porque estava sendo cometido “por amor” e não por um “criminoso”, ignorando as complexas relações sociais e a dominação masculina, que colocavam a vida destas jovens numa situação de vulnerabilidade ainda maior.
Assim, devemos neste momento nos questionar até quando a nossa sociedade aceitará violências, agressões, tortura e morte das mulheres mascaradas pela desculpa do amor. Até quando permitiremos que o amor em nossa sociedade seja usado como desculpa para manter posse, poder e domínio sobre as mulheres.... Devemos lembrar a velha frase usada pelo movimento feminista, mais infelizmente, ainda longe de sair de contexto: QUEM AMA NÃO MATA! Devemos ficar atentas pois na nossa sociedade esta mais que provado que O MACHISMO MATA!!!
Por isso devemos nos unir e espalhar por todos os cantos deste país Chega de machismo, chega de violência, chega de mortes.... POR MIM, POR NÓS E PELAS OUTRAS NÃO A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER!
Rio de Janeiro, 21 de Outubro de 2008.
Assinam:
Articulações/ Instituições:
ACTION AID
Articulação de Mulheres Brasileiras
Casa da Mulher Trabalhadora – CAMTRA
Comitê Vila Aliança
Conselho de Mulheres da Zona Oeste – COMZO
Conselho Estadual da Juventude do Rio de Janeiro - COJUERJ
Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres do Rio de Janeiro - CEDIM
Coletivo de Mulheres Negras/RJ
CRIOLA
Grupo Curumim - PE
DENEGRIR – UERJ
Fórum de Mulheres de Pernambuco
Fórum de Juventude do Rio de Janeiro - FJRJ
GT Mulheres de Axé - Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras
Mandato Deputada Estadual Inês Pandelo
Mandato Deputado Estadual Marcelo Freixo
Movimento Rio Carioca
Marcha Mundial das Mulheres
Instituto Brasileiro de Análise Sociais e Econômicas – Ibase
Instituto de Imagem e Cidadania
Observatório Jovem do RJ/ UFF
Rede de Mulheres
Rede Iyá
Políticas Alternativas para o Cone Sul - PACS
SARÇA de Mulheres Trabalhadoras de Nova Sepetiba
Secretaria Estadual de Mulheres do PT/RJ
Setorial de Mulheres do PSOL
União Estadual dos Estudantes UEE-RJ
Individuais:
Adriana Benedikt - Professora do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio
Antonia Aldenisa Ferreira Santos – PE
Arlanza Maria Rodrigues Rebello – Defensora Pública/RJ
Carla Batista - Educadora do SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia
Leilah Landim - RJ
Raissa Dornelas Freitas de Brito - RJ
Reimont Santa Bárbara – Vereador eleito do PT/RJ
Ruth Floresta de Mesquita - RJ
Sirlei Dias – Empregada doméstica agredida por garotos na Barra
Thaís Heringer
3.12.08
Contra a violência sexista!
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Um comentário:
Preciso entrar em contato com urgência com a Sarça de Mulheres Trabalhadoras de Nova Sepetiva. Alguém por favor pode me ajudar?
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